Quando iniciamos um processo na
prefeitura, muitas vezes não sabemos do percurso que aquele processo terá de
fazer até que seja finalizado.
Prova maior disso é a principal
pergunta que cliente faz quando nos contrata, na verdade, essa é a principal
pergunta que todos fazemos, principalmente quando temos pressa de que algo se
resolva: Qual é o prazo?
E a resposta para essa pergunta é: Não há prazo!

Como assim não ha prazo?
Por desconhecerem o percurso do
processo e a morosidade da prefeitura, as pessoas querem de qualquer forma que
o profissional dê um prazo para que o processo seja finalizado. Nem mesmo os próprios
funcionários/técnicos da Prefeitura conseguem responder a essa pergunta, como
eu, mera arquiteta poderia responder?
Visando fazer com que fique mais claro o motivo da demora, este
post foi escrito por uma arquiteta, no caso eu, que tem 6 anos de processos de
Prefeitura e saibam que, ainda hoje, fazem parte da minha lista de processos,
alguns dos meu primeiros processos, lá de 2013.
Este post o ajudará a não ficar desnorteado sem saber absolutamente nada do seu processo!

Depois de muitos prejuízos,
aprendi que a Análise Técnica Inicial é prioridade para que se tenha a mínima noção
de quanto tempo o processo poderá durar e a dimensão do serviço.
Vejam bem, o ”mínimo”.
É nesta análise que tomamos os
principais dados do processo e de acordo com eles, saberemos por quais órgãos o
processo passará. Observem que eu disse órgãos, o que quer dizer que o processo
é iniciado na Secretaria de Urbanismo mas não necessariamente permanecerá lá
todo o tempo.
E como saber por quais órgãos ele passará?
Primeiramente, através da Análise
Técnica que nos indicará qual será o uso do imóvel, a localização deste em relação
a cidade e topografia, se há rios ou canais próximo ao imóvel, se próximo a
monte rochosos, se em área preservada, se o imóvel é preservado ou tombado e em
que grau, se há proteção do meio ambiente, etc...
Isso sem falar das características
do próprio imóvel, quando este já existe e está sendo legalizado, e devem ser
avaliados a ventilação, taxa de ocupação, gabaritos, Área total edificável,
etc...
Lembrando que há diferença entre os processos de licenciamento e de legalização,
mas esse é assunto para outro post.
Com esses dados em mãos,
saberemos então se o processo permanecerá na Secretaria de Urbanismo ou se
passará pela Rio-águas, Geo-Rio, Secretaria do Meio ambiente, Patrimônio, se precisará
passar pelo Bombeiro, Cet-Rio, Fundação Parques e Jardins, Cedae, Light, Gerência
de Obras, etc...
Como podemos ver, são muitas informações,
muitos órgãos e junto a eles, muito trabalho, complexidade e responsabilidade
que justificam o tempo de processo e o valor cobrado pelo serviço, que não, não
há como ser baratinho. É claro que depende de cada caso mas mesmo o caso menos
complexo, ainda há muita responsabilidade.

Tendo em vista que na maioria dos
casos, o processo é encaminhado para os órgãos competentes através do próprio serviço
de entrega da Prefeitura e considerando que nem sempre há muitos carros e
motoristas para o serviço, considerando também que cada vez que se anexa algo
no processo é necessário aguardar o prazo de 30 dias para um parecer do técnico,
que há mais processos do que técnicos para analisa-los....

...que por várias vezes o
sistema da prefeitura “cai”, que os técnicos tiram férias e quando isso
acontece o processo não passa para outro técnico e fica parado aguardando o
retorno das férias, que os técnicos são pessoas e que pessoas adoecem e tiram licença,
mais uma vez paralisando o processo e que ainda, devido a “necessidade” de
processo físico e não online, os processos por vezes desaparecem (mas o termo
técnico é que o processo foi desviado), considerando ainda que as exigências
que deveriam ser relacionadas de única vez, são feitas de pouquinho em
pouquinho, considerando ainda que na maioria das vezes os próprios técnicos não
respeitam o prazo de 30 dias para publicar o parecer e assim, o profissional
que acompanha o processo, porque sim, é necessário acompanhar, marca a audiência
e ao chegar lá, ou o processo não foi encontrado para a audiência ou o técnico
ainda não analisou o processo e pede que o profissional remarque, por diversas
vezes, a bendita audiência, etc... já estou cansada, só de lembrar.

Enfim, acredito que após todo o
relato acima, dê para entender o motivo de NÃO EXISTIR PRAZO!
Quando enfim conseguimos encerrar
o processo, chega a ser um alívio. É um mix de alívio e felicidade, sim porque
todo esse processo, dependendo de cada caso, pode levar anos enquanto o cliente
quer a resolução pra ontem, não é mesmo?

Devo deixar claro que os processo
que mencionei no inicio do post, que ainda não foram finalizados, são processos
de Mais-valia, ou seja, processos de legalização de obras que foram feitas sem
a permissão da Prefeitura e que
infringiram a legislação e não podem ser legalizados sem modificações,
entende-se obra, ou através de uma Outorga onerosa, chamada Mais-valia, onde é
permitido legalizar, dependendo da obra, através do pagamento de uma
contrapartida.
Se você quer saber mais sobre
essa possibilidade, há um vídeo a respeito no meu canal no youtube e um post
aqui no blog.
clique aqui para o post e aqui para o video.
E devo deixar algo claro,
processo de prefeitura, NUNCA é só papel! Se não for necessário algum tipo de
obra, sempre exigirá a responsabilidade de um profissional, seja este um
arquiteto ou engenheiro civil, no mínimo.
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